Tecnologia, Educação e soluções para as pessoas com
deficiência.
O Primeiro Seminário de Tecnologia e Acessibilidade no
Instituto de Engenharia do Paraná começa amanhã, dia 17 de outubro, e pretende
motivar cientistas, pesquisadores, inventores, gente criativa e empresários
para a solução de limitações que a Ciência e a Tecnologia já permitem resolver,
desde que exista empenho e disposição política e empresarial para isso.
O seminário procurará emocionar, motivar, assim como sugerir
caminhos. Pretende também colocar entidades em condições de fazer algo em
contato.
Como é de praxe os brasileiros gastaram décadas produzindo
leis, decretos e até normas técnicas que simplesmente não são obedecidas. Infelizmente
as prioridades foram outras, desviando a atenção de autoridades e do povo em
geral para questões essenciais à inclusão, recuperação, valorização e respeito
aos idosos, idosas, pessoas com deficiência e com doenças debilitantes.
No desleixo monumental em que vivemos perdemos nichos de
mercado e oportunidades de desenvolvimento tecnológico.
Os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 demonstram que,
quando o Governo quer, as coisas podem acontecer. Por quê tanto desprezo pelo
ser humano?
Responder a questões éticas é algo delicado e que demanda
muitos estudos (que já existem).
Um aspecto interessante é que o Brasil já foi mais atento às
questões humanas.
Em Curitiba tivemos períodos de muita atenção às pessoas com
deficiência. De sinaleiros com placas em Braille à preocupação com as rampas
para cadeirantes, do CEFET ao LAC, do CRESA à UFPR havia um ambiente proativo, depois
algo mudou e muito. Coincidentemente a Humanidade mergulhou na neurose do CO2,
assim muitas pessoas com vocação para o ativismo social desviaram-se do desafio
humano de existir, viver com dignidade. Isso é fácil de perceber em programas
de habitação popular onde caixinhas minúsculas são produzidas e denominadas “casas
populares”. Esses lugares mostram que nosso povo mais humilde, incrivelmente
punido pela pobreza, é mais uma vítima do esnobismo das nossas elites
capitalistas e intelectuais.
O Programa Viver sem Limites foi um belíssimo momento de
inflexão que, entretanto, parece que não chegou à Curitiba. Os efeitos foram
pequenos, agora, talvez despertando a partir de exemplos de estados vizinhos.
O Paraná possui uma boa base técnica de P&D. Faltam-lhe
recursos abundantes. Sua produção é penalizada por leis extravagantes (lei
Kandir e ICMS da energia) e o dinheiro dos impostos desaparece em mãos
federais.
Sejam quais forem as razões, a criatividade e a disposição
para produzir algo exigem muito pouco dinheiro. A favor das PcD e outros basta
(por exemplo) o domínio de utilização das técnicas atuais de microprocessadores
e kits tais como celulares, notebooks e alguns dispositivos auxiliares. Pode-se
imaginar e criar soluções inimagináveis em tempos quando o GPS, a Internet, os
transdutores de baixo custo, fibras óticas etc. não existiam ou eram muito
caros. Fora isso há muito a ser feito dentro de outras especialidades.
No Primeiro Seminário de Tecnologia e Acessibilidade vamos tratar
disto, assim como de urbanismo, equipamentos médicos, etc..
Amanhã, na sede do IEP, Rua Emiliano Perneta, 174, primeiro
andar, nós estaremos reunidos para numa sala de eventos adaptada realizar um
seminário que, com certeza, marcará a história de nosso povo dedicado ao tema
em foco.
Cascaes
16.10.2013
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