A Pessoa com Deficiência, idosos e idosas e a Ciência e a
Tecnologia
Não é utopia acreditar que em futuro não muito distante a
maioria das pessoas que hoje sofrem restrições por efeito do envelhecimento,
acidentes e doenças terão soluções que lhes deixarão quase “novas”.
Óculos[1],
por exemplo, é um conjunto de soluções técnicas, Tecnologia Assistiva, que
devolvem a uma parcela significativa da população humana a capacidade de viver
sem grandes restrições. Seria extremamente importante para todos os pesquisadores
e seres humanos em geral imaginarem como seria a vida humana sem essa maravilha
criada pela inteligência que alguns possuem sobre o pescoço e gênios em passado
remoto, apesar das limitações tecnológicas, foram capazes de criar.
Agora cirurgias corretivas conseguem resultados
espetaculares, livrando as pessoas desse instrumento de inclusão social,
cultural, profissional etc.
Estamos vivendo numa época de deslanche acelerado da
Tecnologia graças a novos conhecimentos científicos e a transformação dessa
cultura em soluções, produtos, sistemas etc. A Humanidade acumula
aceleradamente informações e competências que só precisam de algum ordenamento
para serem realmente úteis à sobrevivência do “homo sapiens sapiens”.
Infelizmente, dentro da lógica “cada um por si e Deus por todos” prevalece o
império dos rituais, rezas e templos onde a ordem é a bajulação a um ser
superior e simplesmente ignorar o próximo, quando muito dando-lhe alguma esmola
ou algo que não serve mais...
A esperança é a evolução ética, não simplesmente as famosas
éticas corporativas, feitas para encher quadrinhos, mas a ética do espírito, do
coração, algo que vimos na obra de muitos filósofos e profetas lembrados apenas
para ilustração de piedade.
Uma esperança é a solução provável na área de processamento
de dados. Dizem que dentro de um quarto de século um Centro de Processamento de
Dados de primeira linha será capaz de compilar todas as informações geradas na
Terra, diariamente. Se isso acontecer existirá a possibilidade de se criar
relatórios especiais mostrando onde atuar e quais caminhos terão maiores chances
de sucesso. Ou seja, o que não temos será suprido por computadores e sistemas
de informação, a capacidade de digerir de forma objetiva todo o conhecimento
humano com rapidez e eficácia.
Isso tudo autoriza-nos, inclusive vendo o progresso
tecnológico atual, a imaginar o empoderamento da Humanidade para a solução de
seus problemas, entre elas a inclusão de todos à sociedade regular, sem
dependência de favores e privilégios.
No Brasil, a favor das pessoas com deficiência agora
dispomos de um programa nacional extremamente importante, o programa [ (Viver sem
Limite) ,
(Governo lança Viver sem Limite, 2011) ]. Apesar de seu
potencial temos a impressão de que seu aproveitamento é pífio, talvez diante da
burocracia típica dos serviços públicos e também, o que conhecemos bem, da
alienação daqueles que poderiam decidir e fazer muito mais.
Precisamos, portanto, estimular ações e reflexões.
Esse é o objetivo do 1º. Seminário de Tecnologia e
Acessibilidade a se realizar em Curitiba, começando no dia 16 na Boca Maldita
(em frente à C&A) com uma teatralização da situação das PcD e idosos e
idosas a se viabilizar graças ao apoio do SIANEE/UNINTER, por exemplo, assim
como do CL Irajá de Brito Vaz, ex-secretário da (Secretaria Especial dos Direitos daPessoa com Deficiência) e companheiros de
muitas lutas, assim como a realização de dois dias de palestras e debates no
IEP devidamente reformado para garantir acessibilidade (exceto em frente ao
prédio, há anos esperando autorização da PMC para correção de riscos causados
pelo famigerado “petit pavê”).
O Programa é fascinante, até por que o esforço foi de trazer
especialistas locais, que estarão nos dias 17 e 18 apresentando suas análises e
propostas (1º Seminário de Tecnologia e Acessibilidade, 2013) .
Note-se que Curitiba contém muitos centros de P&D e uma
coleção de empresas em condições de fazer muito. O que falta a todos é a
percepção deste universo de oportunidades que só cresce, esperando nossos
cientistas e empresários para o aprimoramento da dignidade humana e qualidade
de vida.
Cascaes
11.10.2013
Governo lança Viver sem Limite. (17 de 11 de 2011). Fonte: Presidência - Casa Civil:
http://www.casacivil.gov.br/noticias/2011/11/governo-lanca-viver-sem-limite
1º Seminário de Tecnologia e Acessibilidade. (11 de 10 de 2013). Fonte: IEP:
http://www.iep.org.br/index.php/2-uncategorised/1342-1-seminario-de-tecnologia-e-acessibilidade
Secretaria Especial dos Direitos daPessoa com
Deficiência. (s.d.). Acesso em 6 de 4
de 2012, disponível em Prefeitura de Curitiba: http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/equipe-sedpd-secretaria-especial-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia/7
Viver sem Limite. (s.d.). Fonte: Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa
com Deficiência: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_0.pdf
[1] A palavra óculos surgiu com o termo ocularium,
na Antiguidade Clássica. O termo era utilizado para designar os orifícios das
armaduras dos soldados da época, que serviam para permitir que os mesmos
enxergassem. Somente no século I d.C surgiram as primeiras lentes corretivas,
que eram feitas com pedras semipreciosas cortadas em tiras finas e davam origem
aos óculos de grau para perto. Tudo isso se deve ao matemático árabe Alhazen,
que, perto do ano 1000 d.C., formulou uma teoria sobre a incidência de luz em espelhos
esféricos e como isso reagia no olho humano. Os monges eram, sobretudo, os mais
beneficiados com o objeto, por passarem horas trabalhando nas grandes
bibliotecas da Europa. Em 1270, na Alemanha, foram criados os primeiros óculos
com aros de ferro e unidos por rebites. Eram semelhantes a um compasso, porém
não possuíam hastes. Os modelos que foram mais usados no século XV eram o
Pince-nez e o Lornhons. Porém, eles ainda não possuíam hastes fixas, sendo que
a mesma só passou a surgir no século XVII, e era usada para se apoiar às
orelhas. No Brasil, os óculos surgiram no século XVI, com a colonização
portuguesa, e eram usados principalmente por religiosos (em sua maioria
jesuítas), funcionários da coroa portuguesa, colonos abastados e homens de
letras. Uma antiga referência histórica sobre a existência dos óculos remonta
aos antigos egípcios no século V a.C., que retratam lentes de vidro sem grau. As
primeiras referências sobre a existência óculos bifocais datam de 500 a.C. e
foram encontradas em textos do filósofo chinês Confúcio. Nessa época, eram
apenas um adereço pessoal. As lentes eram de vidro, mas não tinham grau.1 Foram
as experiências em óptica de Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon que
levaram à invenção dos óculos modernos. Em 1284, as guildas de Veneza já os mencionavam e
durante o século XIV o fabrico de óculos popularizou-se por toda
a Europa. Nem
sempre os óculos foram fabricados com a forma com que são conhecidos hoje em
dia. No século XIX era possível encontrar com mais facilidade que hoje os
monóculos (apenas uma lente oftálmica) e, também, as lentes sem armação. Em
1785 Benjamin Franklin inventou os primeiros óculos bifocais, com duas lentes a
frente de cada olho unidas pela armação, possibilitando enxergar de longe e de
perto em um único acessório. Graças à utilização de matérias-primas mais
baratas para sua produção e o grande avanço da tecnologia, hoje em dia existem
os mais variados tipos de óculos, de diferentes tamanhos, cores, estilos, e
para os mais variados gostos. Wikipedia
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