Para: João Carlos Cascaes
Assunto: Já pensou em um Street View gerado por pessoas com deficiência?
Assunto: Já pensou em um Street View gerado por pessoas com deficiência?
Já pensou em um
Street View gerado por pessoas com deficiência?
Publicada em 07/12/2012 8:54Que tal ter a possibilidade de traçar rotas acessíveis para pessoas com deficiência através do Google Maps? A ideia de Eduardo Juca Battiston, criativo da Agência Click, foi a vencedora da edição brasileira do evento mundial Google Creative Sandbox, realizado pela segunda vez no país.
O objetivo do Google é divulgar seus produtos levando os criativos de agências publicitárias brasileiras a pensarem em ideias que pudessem fazer diferença na na vida das pessoas. A dos publicitários participantes é a chance de pegar aquela ideia brilhante, engavetada, e tirá-la do papel. Os únicos requisitos são seguir o briefing e ser possível, do ponto de vista técnico.
As vinte melhores ideias vão para o shortlist. Destas, três são destacadas, com chance de tornarem-se produtos Google. A melhor ideia ganha ainda R$ 35 mil para o autor investir como preferir, uma viagem aos Estados Unidos, para dar um gás na sua ideia com sessões de coaching no Google e publicidade para fazer os objetivos, do Google e do criativo acontecerem.
Este ano, a edição brasileira desafiou os publicitários a usarem criatividade e tecnologia para melhorar a vida das pessoas e recebeu mais de 4 mil inscrições, em seis meses. Um júri formado por profissionais renomados do mercado publicitário selecionaram as melhores, levando em conta também critérios como inovação e relevância para as pessoas.
Os três projetos vencedores foram divulgados na noite desta quinta-feira, 06 dezembro, em evento que reuniu as mentes mais brilhantes das agências publicitárias brasileiras no Porão das Artes do Prédio da Bienal em Ibirapuera, em São Paulo.
Curiosamente, talvez por conta do tema, as três melhores ideias tinham forte viés de responsabilidade social, em vez de cunho comercial. A vencedora, Accessibility View, parte do mapeamento das ruas de São Paulo por cadeirantes da AACD, numa espécie de Street View gerado por pessoas com deficiência, para levar ao Google Maps a capacidade de traçar caminhos acessíveis.
Os segundos colocados também usaram o Google Maps. A proposta do projeto Favela Mapeada, de Bob Ferraz e Thiago Ferreira, foi usar o YouTube, o Maps, o Street View e o Picasa para mapear as favelas pacificadas do Rio de Janeiro. O objetivo? Tranquilizar a população carioca, os moradores destas localidades e os estrangeiros que vão vir para as Olimpíadas, ao mostrar para todo o mundo que existe muita gente “de bem” morando nestas localidades. Meio naïf, achei, mas não dá para negar que tem forte apelo popular.
Os terceiros colocados, Pedro Lazera e Ricardo Sarno, tiveram a minha preferência e a também a do próprio Eduardo Battiston, pela simplicidade, facilidade de implementação e alcance. O projeto Google for Missing Children propõe usar a maior ferramenta de busca do mundo para encontrar crianças desaparecidas. Um plugin exclusivo para o Google Chrom mostraria imagens de crianças desaparecidas nos cinco primeiros resultados de buscas por imagens. Afinal, pra que procurar uma criança sozinho quando o mundo inteiro pode ajudar?
Em um Hangout logo após o anúncio do resultado, Eduardo Battiston, autor da ideia vencedora, contou que a inspiração surgiu após um trabalho desenvolvido para a AACD em 2009 (desenhar fontes inspiradas em crianças com deficiência), um dos que mais gosta no seu portfólio. Ao ler o biefing, Edu pensou nos amigos cadeirantes, no plano de acessibilidade da cidade de São Paulo e decidiu propor uma ideia que pudesse mudar muito a vida de algumas pessoas em vez de ideias que pudessem mudar pouco a vida de muitas pessoas.Desde que a ideia foi selecionada entre as 20 finalistas o rapaz tem conversado com muita gente, que se encanta com a utilidade e viabilidade do projeto. “Já chegamos a construir um mock-up da cadeira lá na Agência Click”, diz ele, para apresentar para marcas comerciais que já foram receptivas a ideia, e que podem, de fato, ajudar a tirá-la do papel.
“Sem demagogia, o maior prêmio vai ser colocar este projeto na rua”, afirma Eduardo, que se diz aberto a sugestões que possam aprimorar a ideia.
” Sou da escola que todo mundo pode dar alguma contribuição para a ideia. Até quem critica. Isso já está fazendo a ideia crescer”, argumenta.
Lançado há três anos nos Estados Unidos, o Creative Sandbox já passou por cidades norte-americanas como Chicago, Nova York e San Francisco, pelo Reino Unido, Índia e Argentina. A intenção da empresa é realizar o evento anualmente no Brasil, o que vem acontecendo desde 2011.
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